Os investimentos de títulos públicos e privados ganharam uma nova dinâmica desde o dia 2 de janeiro de 2023.
Assim como ocorre com as ações listadas na bolsa de valores, os preços dessa classe de ativos passaram a ser precificados diariamente. A nova medida permite que os investidores acompanhem de perto a volatilidade dos papéis para analisar as oportunidades de compra ou venda que podem surgir antes da data do vencimento dos títulos. Essa mudança tem nome e se chama “Marcação a Mercado” (MaM ou MtM-Mark to Market).
Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), a precificação diária dos ativos traz mais transparência para os investimentos em renda fixa, porque qualquer variação negativa pode sinalizar um risco, como um calote, que não estava no radar dos investidores quando decidiram investir no papel, assim como sinalizar outras oportunidades de investimentos a partir de um novo cenário macroeconômico.
Na prática, a nova regra contempla os títulos públicos federais, debêntures, certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e dos certificados de recebíveis do agronegócio (CRA).
Engana-se, porém, quem acredita que a mudança pode trazer volatilidade para o mercado de renda fixa. Na realidade, a medida torna mais evidente ao investidor a variação de preço que já existe nesta classe de ativos.
Para entender melhor esta nova dinâmica, selecionamos 5 vantagens que podem te auxiliar na tomada de decisão de investimentos. Confira!
As 5 vantagens da marcação a mercado
1. Transparência
O mercado acompanha diariamente as mudanças no ambiente político e econômico que podem impactar a rentabilidade dos seus investimentos ou os resultados das companhias listadas na bolsa. Essa análise possibilita calcular o “valor” dos investimentos diante do atual cenário macroeconômico.
De acordo com definição do site da Anbima, marcação de mercado significa atualizar diariamente o preço unitário (PU) de um título de renda fixa. Isso ocorre mediante diversos fatores, como as mudanças nas taxas de juros, assim como as alterações nas condições de oferta e demanda pelo ativo, podendo variar para cima ou para baixo.
Essa possibilidade permite ao investidor ter a real noção de quanto vai ganhar ou perder caso queira desfazer do título antes da data de vencimento, além de ter mais condições para entender as possíveis razões por trás da volatilidade dos ativos.
2. Custo de oportunidade
Antes da marcação a mercado, os valores dos títulos públicos e privados eram calculados com base na curva teórica das taxas indexadas ao papel. Esse método não leva em consideração o valor de mercado do atual momento em que o investidor decide vender o ativo antes da data de vencimento.
Agora, a negociação dos papéis se torna mais transparente porque possibilita ao investidor avaliar se há oportunidade de lucro com a venda do título no momento em que o preço está valorizado no mercado. Mas atenção: a novidade também exige do investidor dedicação para fazer um bom negócio e não sair no prejuízo.
3. Segurança
A variação da cotação dos títulos de renda fixa em algum momento pode causar um “susto” para os investidores, principalmente para quem tem um perfil mais conservador e evitar expor seu patrimônio em ativos de renda variável.
No entanto, ao contrário do que ocorre na bolsa de valores, os investidores posicionados em debêntures, CRIs, CRAs ou em títulos públicos federais têm uma vantagem a mais. Os investidores podem permanecer posicionados no ativo até o vencimento sem sofrer nenhum prejuízo.
Isso significa que, se o preço do título sofrer uma desvalorização, não há motivos para desespero a ponto de vendê-lo com receio de ficar ainda mais no prejuízo. Basta seguir posicionado até o vencimento que receberá o retorno oferecido pelo papel. Essa característica torna a especulação na renda fixa mais segura do que no mercado de renda variável.
4. Evita defasagem do valor da carteira
A precificação diária dos títulos de renda fixa traz outra vantagem ao investidor: balancear a sua carteira de investimentos de acordo com o cenário macroeconômico.
Essas características ajudam a verificar se a rentabilidade prometida até o fim do vencimento do título ainda faz sentido na carteira em virtude de outras opções que podem oferecer um retorno mais interessante.
Um exemplo dessa vantagem na prática é olhar para as opções de títulos do Tesouro Direto que foram negociados em 2020. Naquele ano, os títulos prefixados ofereciam um retorno de 4% ao ano com vencimento em 2023. O problema é que, devido à alta da inflação, o Banco Central elevou a taxa Selic sucessivas vezes até encerrar o ano de 2022 no patamar de 13,75% a.a.
Se o investidor tivesse escolhido permanecer até o vencimento, teria perdido outras oportunidades de investir em papéis que ofereciam uma rentabilidade bem maior.
5. Leva em conta a volatilidade na taxa de juros
Os preços dos títulos na marcação a mercado também levam em consideração as variações da taxa de juros.
Isso acontece para equilibrar os rendimentos do papel a ponto de oferecer ao investidor a rentabilidade contratada na data do vencimento. A variação costuma ocorrer em títulos com prazos de vencimento mais longos devido à maior exposição aos ciclos econômicos.
Como fazer a marcação a mercado?
Agora que entendemos as principais vantagens da marcação a mercado para os títulos de renda fixa, vale conferir um exemplo para entender na prática como funciona esse modelo de precificação.
Isso acontece para equilibrar os rendimentos do papel a ponto de oferecer ao investidor a rentabilidade contratada na data do vencimento. A variação costuma ocorrer em títulos com prazos de vencimento mais longos devido à maior exposição aos ciclos econômicos.
Em linhas gerais, a marcação a mercado oferece ao investidor uma perspectiva mais transparente sobre o valor dos títulos para auxiliar na tomada de decisão dos investimentos.
O sistema BRITech permite o input de cotações e/ou taxas de mercado para títulos de renda fixa para marcar a mercado títulos de renda fixa. Esta funcionalidade é atingida utilizando o conceito de série informada. Com isso, carrega uma série de atributos que definem não só a cotação dia a dia considerada na marcação de mercado como também o modelo de MTM a ser adotado (PU, Taxa, Curva, etc…).
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