No mercado financeiro brasileiro, uma carteira bem administrada é uma solução de investimento personalizada que permite ao investidor delegar a gestão de dinheiro/patrimônio a profissionais.
Essa abordagem oferece não apenas a expertise de gestores especializados, mas também uma estratégia alinhada aos objetivos pessoais, ao patamar de investimento e ao perfil de risco do investidor.
A criação e gestão de uma carteira administrada envolve uma série de etapas críticas, temas operacionais e sistêmicos, partindo da definição de objetivos até o monitoramento constante do portfólio.
Neste artigo, desenvolvido com exclusividade para você, gestor, banker e advisor, que pretende ter estratégias eficientes para otimizar sua gestão e aumentar seus resultados, vamos explorar os passos e soluções necessárias à montagem e manutenção eficaz de uma carteira, maximizando a relação de retorno, custo, risco operacional e sistêmico.
O primeiro passo é a definição de objetivos de investimento, então acompanhe a leitura e aprenda sobre a administração eficiente de carteiras de investimentos!
Definição de objetivos de investimento
A primeira etapa na criação de uma carteira administrada é a definição clara dos objetivos de investimento e demandas de suitability, assim como o cadastro do cliente (know your client).
Esses aspectos determinam a direção e a estrutura da carteira e podem variar de acordo com as necessidades individuais de curto, médio e longo prazo do investidor, inclusive em casos de sucessão e usufruto. Tudo isso é organizado no mandato de gestão estabelecido entre a gestora e o investidor, o que torna essa relação muito mais personalizada.
Essa etapa envolve a coleta e armazenamento da documentação do cliente (documentos pessoais, comprovantes de endereço, entre outros) e os documentos que serão estabelecidos entre gestora e investidor (mandato). Portanto, uma ferramenta de workflow, que define etapas, responsabilidades, aprovação e repositório de documentos, é bastante importante.
Além disso, a segurança da informação é um aspecto crucial, e plataformas de tecnologia têm um papel importante nesse requisito.
Suitability (Adequação)
Suitability refere-se ao processo de avaliação da adequação de determinados produtos ou serviços financeiros ao perfil do investidor.
Isso inclui considerar fatores como a tolerância ao risco do investidor, seus objetivos financeiros, conhecimento e experiência em investimentos.
A proteção do investidor garante que os investidores não sejam expostos a produtos muito arriscados para seu perfil e ajuda a alcançar seus objetivos financeiros com produtos adequados às suas necessidades.
Compliance (conformidade)
Compliance em finanças refere-se ao cumprimento das leis, regulamentos, diretrizes e especificações relevantes para as operações financeiras. Inclui desde regras internas de uma empresa até normas legais nacionais e internacionais.
A prevenção de fraudes e lavagem de dinheiro é fundamental, assim como a proteção contra litígios e multas, garantindo que as instituições não enfrentam ações legais ou multas por não cumprimento das normas.
Enquadramentos
Já quando falamos sobre enquadramentos, nos referimos sobre as políticas e limites estabelecidos por uma instituição financeira ou reguladores para garantir que as operações e investimentos estejam em conformidade com as práticas aceitáveis de risco e governança. Isso inclui limites de risco, governança corporativa e políticas internas, além de auditorias e monitoramento regulares.
Todos esses termos significam segurança para a gestão e para o investidor, na condução dos investimentos – de acordo com o perfil do cliente e também com aspectos legais.
Com o crescimento do número de carteiras, a gestão e controle se tornam mais complexos, trazendo riscos operacionais e/ou perdas financeiras.
Um controle automatizado desses fatores pode ser fundamental para o controle, gestão e crescimento do número de carteiras, que pode ser obtido com sistemas próprios para esse fim.
Antes de escolher os ativos para uma carteira administrada, é crucial entender o perfil de risco do investidor. A avaliação de risco ajuda a determinar o nível de exposição aos diferentes tipos de investimentos que o indivíduo está disposto e apto a suportar, o que contribui para seja possível moldar as estratégias de investimento e a composição do portfólio, garantindo que as escolhas de investimento estejam alinhadas com os objetivos e a tolerância ao risco do investidor. Nesse sentido, alguns aspectos precisam ser levados em consideração:
Compreensão do investidor
A avaliação do perfil de risco começa com uma análise profunda das características do investidor. Isso inclui:
- Objetivos financeiros: significa entender se o investidor busca crescimento de capital, geração de renda, preservação de patrimônio, ou uma combinação desses e/ou outros objetivos.
- Horizonte de investimento: aqui, é importante identificar o prazo durante o qual o investidor pretende manter os investimentos, seja curto, médio ou longo prazo.
- Experiência e conhecimento: ou seja, avaliar o nível de conhecimento e experiência do investidor com diferentes tipos de ativos e mercados financeiros.
Ao compreender completamente o perfil do investidor, chegou a hora de avaliar sua tolerância a riscos.
Tolerância ao risco
A tolerância ao risco é a disposição do investidor para aceitar a possibilidade de perdas em troca de potenciais ganhos. Isso é avaliado através de:
- Questionários de risco: que são ferramentas estruturadas que ajudam a medir a atitude do investidor em relação ao risco, apresentando cenários hipotéticos de ganhos e perdas.
- Entrevistas pessoais: discussões detalhadas com o investidor para explorar suas reações emocionais e comportamentais frente a diferentes situações de mercado.
Mas se há tolerância ao risco, o investidor também tem capacidade de assumi-lo? Isso também precisa ser analisado.
Capacidade de assumir risco
Além da tolerância ao risco, é importante considerar a capacidade financeira do investidor de assumir esses riscos, envolvendo:
- Situação financeira: avaliação dos ativos, passivos, renda e despesas do investidor para determinar a robustez de sua situação financeira.
- Necessidades de liquidez: identificar a necessidade do investidor de acessar fundos em curto prazo, o que pode limitar a alocação de ativos em investimentos menos líquidos.
Caso seja constatada a capacidade de assumir os riscos, você deve classificar o perfil de risco do investidor.
Classificação do perfil de risco
Com base na análise dos fatores acima, os investidores são geralmente classificados em perfis de risco que guiam a alocação de ativos da carteira. Os principais perfis incluem:
- Conservador: preferência por segurança e preservação do capital, com baixa tolerância a perdas. Investimentos tipicamente em renda fixa e títulos de baixo risco.
- Moderado: equilíbrio entre risco e retorno, aceitando volatilidade moderada em busca de crescimento de capital. Combinação de renda fixa e variável.
- Agressivo: alta tolerância ao risco, buscando maximizar retornos, mesmo com a possibilidade de perdas significativas. Forte presença de ações e ativos de maior volatilidade.
Ao classificar o perfil do risco, é importante iniciar um processo de implementação e revisão da estratégia de investimentos. Veremos melhor a seguir.
Implementação e revisão
Após definir o perfil de risco, é necessário implementar a estratégia de investimento correspondente e realizar revisões periódicas para garantir que o portfólio continue alinhado com o perfil do investidor, levando em consideração:
- Rebalanceamento: isto é, ajustar a distribuição de ativos para manter a alocação desejada conforme o perfil de risco.
- Monitoramento contínuo: ou seja, acompanhar o desempenho dos investimentos e as condições de mercado, realizando ajustes quando necessário.
- Ajustes baseados em mudanças de vida: uma revisão do perfil de risco e a composição da carteira diante de mudanças significativas na vida do investidor, como casamento, nascimento de filhos ou aposentadoria.
Essas etapas demandam bastante tempo do profissional que cuidará dos investimentos do cliente, e por esse motivo, é fundamental contar com o apoio de tecnologias eficientes para que seja possível ter carteiras bem administradas, e falaremos melhor sobre isto a seguir.
Ferramentas tecnológicas
A tecnologia também desempenha um papel fundamental na avaliação e gestão do perfil de risco, especialmente pela facilidade atribuída à automatização de processos, conformidade e regulamentação, engajamento e transparência com o cliente e, em um contexto geral, à escalabilidade e eficiência operacional. Dentro do aspecto de uso de tecnologias para avaliação e gestão do perfil de risco, é preciso considerar:
- Sistemas de análise de risco: softwares que utilizam modelos quantitativos para avaliar o risco da carteira e simular cenários de mercado.
- Plataformas de gestão de investimentos: ferramentas que facilitam a coleta de dados, a análise do perfil do investidor e a implementação de estratégias de investimento.
Ao prosseguir com todas as etapas relativas ao investidor, chegou o momento de também levar em consideração os riscos de mercado e os riscos de liquidez.
Riscos de mercado
- Volatilidade e VAR: flutuações nos preços dos ativos podem ser causadas por variáveis econômicas, políticas ou eventos globais. Nos últimos anos, eventos consideráveis afetaram o preço dos ativos, incluindo a greve dos caminhoneiros, a crise de 2008 e a COVID-19.
- Taxa de juros: a variação das taxas de juros pode afetar diretamente o preço de ativos de renda fixa. Caso as taxas de juros aumentem, a rentabilidade também aumenta, e o contrário tende a afetar negativa essas mesmas taxas.
- Inflação: a desvalorização da moeda pode erodir o poder de compra dos retornos de seus investimentos. Variáveis econômicas, políticas ou eventos globais também influenciam a inflação.
- Exposição cambial: investimentos em ativos internacionais envolvem riscos cambiais, onde flutuações na taxa de câmbio podem afetar o retorno dos investimentos.
Riscos de liquidez
- Liquidez do ativo: refere-se à facilidade com que um ativo pode ser convertido em dinheiro sem uma perda significativa de valor. Aqui, é fundamental entender o nível de tolerância do seu investidor para que ele não se surpreenda negativamente com uma liquidez muito diferente do esperado.
- Tamanho ou profundidade de mercado: até mesmo ativos tradicionalmente líquidos podem enfrentar problemas de liquidez se o mercado onde são negociados não tiver profundidade. A profundidade disponível é uma consequência do fluxo de operadores com informações assimétricas. É possível notar isso ao perceber que, quanto maior o volume de ações negociadas, menor (de forma proporcional) é o desbalanceamento necessário para mover os preços (fonte: FGV).
- Impacto no mercado: grandes ordens de venda podem influenciar o preço de mercado de um ativo, causando o que é conhecido como impacto de mercado.
Portanto, a avaliação do perfil de risco do investidor é um processo complexo e essencial para a construção de uma carteira de investimentos eficaz.
A tecnologia, por exemplo, não só facilita a avaliação do perfil de risco, mas também contribui para a eficiência operacional, a conformidade regulatória e o engajamento contínuo com o cliente, criando um ambiente de investimento mais transparente e robusto.
Ao realizar a avaliação de riscos, chegou a hora de fazer a gestão e mitigação destes.
A gestão eficaz de uma carteira de investimentos requer uma abordagem multifacetada para mitigar os riscos mencionados até aqui. Para isso, é importante considerar alguns pontos:
Diversificação
Diversificação é uma das estratégias mais importantes na mitigação de riscos. Consiste em espalhar os investimentos entre diferentes classes de ativos, setores e geografias. A ideia central é que ativos diferentes reagirão de maneira distinta a eventos econômicos, políticos e de mercado, reduzindo assim o impacto negativo potencial de qualquer evento específico.
-Classes de Ativos: aqui, podemos mencionar ações, títulos, imóveis, commodities e investimentos alternativos, o que ajuda a diminuir a dependência de um único tipo de investimento.
-Setores: é importante diversificar entre diferentes setores da economia (tecnologia, saúde, finanças, energia, etc.), permitindo que os investidores aproveitem as oportunidades de crescimento em várias partes do mercado.
-Geografias: alocar investimentos em diferentes regiões, principalmente países, pode reduzir os riscos associados a eventos econômicos ou políticos específicos de um território.
Mas além da diversificação, é necessário considerar também a liquidez dos investimentos.
Liquidez
Manter uma parte da carteira em ativos líquidos é fundamental para atender as necessidades de curto prazo e evitar a venda forçada de ativos em momentos desfavoráveis. Para isso, é interessante entender determinados conceitos sobre os ativos.
-Ativos líquidos: ativos como dinheiro, títulos do governo e grandes ações de empresas são geralmente mais fáceis de converter em dinheiro rapidamente sem perda significativa de valor.
-Gestão de caixa: ter uma reserva de caixa adequada pode ajudar a cobrir despesas inesperadas ou aproveitar oportunidades de investimento emergentes sem a necessidade de liquidar outros ativos.
Ao considerar esses dois passos na gestão dos ativos, é hora de recorrer a formas de proteger os investimentos.
Hedging
O hedging é uma estratégia que utiliza instrumentos financeiros para proteger um investimento ou ativo de possíveis perdas, além de assegurar que o valor de uma dívida será pago no futuro. Quando falamos sobre uma carteira ser bem administrada, é fundamental que o profissional responsável pela gestão desenvolva uma boa estratégia de hedging, envolvendo:
-Opções: as opções dão ao investidor o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender um ativo a um preço específico, proporcionando uma forma de seguro contra movimentos desfavoráveis nos preços dos ativos.
-Futuros: contratos futuros permitem que os investidores travem os preços de ativos para entrega futura, ajudando a mitigar os riscos de preços voláteis.
-Outros derivativos: swaps, contratos a termo e outros instrumentos derivativos também podem ser utilizados para proteger a carteira contra riscos específicos, como variações nas taxas de juros ou câmbio.
Mas não basta apenas proteger esses investimentos, pois também é preciso revisá-los regularmente e com precisão.
Revisão regular
Associado ao Hedging, uma carteira bem administrada também exige a revisão regular dos investimentos para garantir que ela continue alinhada com os objetivos de cada cliente. Além disso, a revisão regular também contribui para o monitoramento das condições de mercado.
Essa revisão regular pode ser realizada através de:
-Rebalanceamento: periodicamente, ajustar a distribuição de ativos na carteira para manter a alocação de risco desejada. Isso pode envolver a venda de investimentos que superaram suas metas e a compra de outros que não alcançaram o desempenho esperado.
-Análise de desempenho: avaliar o desempenho dos ativos em comparação com benchmarks de mercado e objetivos de investimento ajuda a identificar áreas que precisam de ajuste, abrindo espaço para que você faça eventuais manutenções.
-Adaptação a mudanças: revisar a carteira diante de mudanças significativas na vida do investidor (como casamento, nascimento de filhos, aposentadoria) ou mudanças econômicas globais, pode garantir que a alocação de ativos continue adequada.
Implementar essas estratégias de gestão e mitigação de riscos não só protege a carteira contra possíveis perdas, mas também otimiza os retornos a longo prazo.
A combinação de diversificação, manutenção de liquidez, uso de hedging e revisões regulares, assegura que os investimentos estejam bem protegidos contra volatilidades e imprevistos do mercado e da vida cotidiana dos próprios clientes, proporcionando uma base sólida para o crescimento financeiro sustentável e uma melhor manutenção de eventuais riscos operacionais, englobando esses aspectos cruciais na administração eficiente da carteira.
Por outro lado, além das revisões regulares relacionadas aos aspectos de mercado, é importante você atentar-se aos riscos operacionais, que podem influenciar na missão de ter uma carteira bem administrada.
Risco operacional
O risco operacional refere-se às perdas potenciais decorrentes de falhas nos sistemas internos, processos, pessoas ou devido a eventos externos. Isso pode incluir erros de software, falhas humanas, fraude, interrupções causadas por desastres naturais ou ataques cibernéticos. Gerenciar e mitigar esses riscos é essencial para a estabilidade e a segurança de qualquer organização financeira.
Abaixo, detalhamos estratégias eficazes para mitigar os riscos operacionais.
Estratégias de mitigação de riscos operacionais
-Controles internos robustos: implementar procedimentos e controles rigorosos para detectar e prevenir erros e fraudes. Isso inclui a automação de processos para minimizar a intervenção humana e, portanto, reduzir o risco de erro humano. Procedimentos como segregação de funções, auditorias frequentes e sistemas de controle interno ajudam a detectar irregularidades e a manter a integridade operacional.
-Auditorias e testes: a realização regular de auditorias internas e externas garante que os processos estejam em conformidade com as normas estabelecidas e que eventuais falhas sejam identificadas e corrigidas rapidamente. Além disso, testes de estresse e simulações de cenários de risco podem ajudar a prever e mitigar possíveis falhas operacionais.
-Planos de continuidade de negócios: desenvolver e testar planos de recuperação de desastres para garantir que a empresa possa continuar operando mesmo em face de eventos adversos, como desastres naturais ou ataques cibernéticos. Isso inclui a criação de backups de dados, redundâncias de sistemas e estratégias de resposta rápida para restaurar as operações críticas.
-Treinamento de funcionários: fornecer treinamento regular aos funcionários sobre procedimentos operacionais e protocolos de segurança, incluindo a conscientização sobre segurança cibernética, procedimentos de emergência e melhores práticas para minimizar erros humanos. Funcionários bem treinados são essenciais para detectar e responder rapidamente a potenciais riscos operacionais.
Somado à necessidade de acompanhar os riscos operacionais, também é preciso atentar-se aos riscos de registro e/ou liquidação.
Risco de registro/liquidação
O risco de registro/liquidação ocorre quando a liquidação de uma operação financeira falha, seja porque uma das partes não cumpre o contrato ou devido a falhas nos sistemas de registro e liquidação.
Esse tipo de risco pode levar a perdas financeiras significativas e à interrupção das operações de mercado. Porém, há estratégias eficientes para lidar com isso.
Estratégias de mitigação no mercado
- Escolha de contrapartes confiáveis: trabalhar com contrapartes respeitáveis e bem capitalizadas pode reduzir significativamente o risco de falha na liquidação. A realização de due diligence e a avaliação contínua das contrapartes são essenciais para assegurar sua confiabilidade.
- Sistemas de liquidação eficientes: utilizar sistemas de liquidação e custódia reconhecidos que garantam a execução precisa e oportuna das transações. Sistemas eficientes de registro e liquidação podem minimizar os erros e as falhas na execução das operações.
- Diversificação de serviços de custódia: utilizar múltiplos serviços de custódia para reduzir a dependência de um único provedor e, assim, minimizar o risco de falha sistêmica. Isso também permite maior flexibilidade e segurança na gestão dos ativos.
- Garantias e colaterais: exigir garantias ou colaterais para transações com risco significativo de falha pode proteger contra perdas em caso de inadimplência da contraparte. Isso inclui o uso de margens de segurança e acordos de recompra.
Mas, dentro do aspecto de gestão de riscos, não devemos nos atentar apenas aos riscos em si, uma vez que a atualização dos valores de ativos e passivos também precisa ser realizada para que você tenha uma carteira bem administrada. Essa atualização, por sua vez, é chamada de marcação a mercado.
Marcação a mercado
A marcação a mercado é uma prática contábil utilizada para atualizar o valor de ativos e passivos com base no preço de mercado atual. Esse método é essencial para a transparência e a conformidade regulatória, garantindo que os valores reportados nas demonstrações financeiras reflitam o valor justo dos ativos, como por exemplo, os ativos líquidos e não financeiros.
Ativos líquidos e não financeiros
-Ativos líquidos: utilizar os preços atuais do mercado para atualizar o valor dos ativos líquidos, como ações e títulos, garante uma avaliação precisa e atualizada.
-Ativos não financeiros: para ativos não financeiros, como imóveis e equipamentos, avaliações periódicas e o uso de modelos de estimativa são necessários para determinar o valor de mercado.
A marcação a mercado é essencial para a transparência e a conformidade regulatória, e pode ser simplificada com o uso de sistemas automatizados que consolidam os ativos e geram o PL da carteira. Soma-se a ela, a importância de também entender o impacto real dos investimentos, que pode ser feito através da avaliação de custos.
Avaliar os custos de uma carteira administrada é crucial para entender o impacto real dos investimentos nos seus retornos. Custos elevados podem reduzir significativamente os ganhos líquidos, portanto, é importante monitorar e gerenciá-los de forma eficiente. Os principais custos estão detalhados a seguir.
Custos operacionais
- Taxas de gestão: podem ser fixas ou um percentual do valor investido. Taxas de gestão elevadas podem diminuir os retornos líquidos dos investimentos, por isso é importante avaliar se os serviços oferecidos justificam os custos.
- Taxas de performance: baseadas no desempenho da carteira, incentivam o gestor a alcançar melhores resultados, mas também podem aumentar os custos se não forem bem gerenciadas.
- Custos de transação: incluem taxas de corretagem e outros custos associados à compra e venda de ativos. Minimizar a frequência das transações e negociar taxas mais baixas pode ajudar a reduzir esses custos.
- Outros custos: taxas de custódia e outros encargos devem ser monitorados e gerenciados para garantir que não afetem negativamente o retorno total da carteira.
Custos tributários
-IOF e IR: os ganhos de capital estão sujeitos a impostos, que devem ser considerados ao avaliar os retornos líquidos.
-Come–cotas: o recolhimento semestral de IR sobre o ganho de capital em fundos de investimento pode impactar os retornos, portanto, é importante planejar e gerenciar esses custos adequadamente.
A partir dessa série de aspectos relacionados aos riscos, valores e custos que precisam ser gerenciados e acompanhados, você, enquanto gestor de investimentos, deve adotar técnicas para monitorar e realizar ajustes, tanto quantos forem necessários, para a boa performance dos investimentos de seus clientes.
Como mencionado, o sucesso de uma carteira bem administrada requer monitoramento constante e ajustes periódicos para garantir que a alocação de ativos continue alinhada com os objetivos do investidor e as condições de mercado.
Técnicas de monitoramento
- Rebalanceamento: aqui, é importante ajustar a distribuição de ativos na carteira para manter a alocação de risco desejada e aproveitar oportunidades de mercado.
- Revisão de desempenho: nessa revisão, é preciso fazer a avaliação periódica do desempenho dos ativos em comparação com benchmarks e objetivos de investimento para identificar áreas que precisam de ajuste.
- Ajustes baseados em mudanças de vida: aqui, é importante revisar a carteira diante de mudanças significativas na vida do investidor, como casamento, nascimento de filhos ou aposentadoria, para garantir que a alocação de ativos continue adequada.
E você não precisa administrar carteiras com eficiência sozinho. Hoje, existem diversas tecnologias que podem apoiar você.
Ferramentas e recursos para investidores
Com o avanço da tecnologia financeira, os investidores têm à disposição uma variedade de ferramentas e recursos para acompanhar e auxiliar na gestão de suas carteiras administradas.
- Plataformas de investimento: oferecem acesso a uma vasta gama de ativos, ferramentas de acompanhamento e análise, facilitando a gestão e a diversificação da carteira.
- Relatórios de atribuição de performance: fornecem insights valiosos e orientação personalizada sobre o desempenho da carteira, ajudando a identificar áreas de melhoria e oportunidades de investimento.
- Aplicativos de autoatendimento: permitem que os investidores acessem informações sobre suas carteiras, transações e acompanhem o mercado em tempo real, proporcionando maior controle e flexibilidade na gestão de seus investimentos.
Criar e gerenciar uma carteira administrada no mercado financeiro brasileiro exige uma combinação cuidadosa de planejamento estratégico, compreensão do perfil de risco e uso eficiente de recursos disponíveis.
Ao definir objetivos claros, escolher as estratégias adequadas e fazer uso de ferramentas de investimento modernas, os investidores podem maximizar seus retornos enquanto gerenciam os riscos associados. A chave para o sucesso a longo prazo reside na diligência, na educação contínua e na adaptação às condições de mercado em constante evolução.
Adotando práticas robustas de gestão e monitoramento, junto com o suporte de tecnologia e consultoria financeira, os investidores podem navegar no complexo cenário de investimentos com maior confiança e segurança.
E lembre-se de sempre contar com nossa expertise da BRITech no mercado de investimentos para auxiliar na sua jornada de administrar bem as suas carteiras clientes!
Com soluções completas e integradas, você terá condições de atender a todos os requisitos necessários para proporcionar um serviço de excelência. O contrário pode levar você à perdas desnecessárias, além de riscos prejudiciais na administração de suas carteiras!
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