No ano passado, os fundos de investimento atingiram uma captação líquida positiva recorde de R$ 390,6 bilhões, conforme noticiado pela ANBIMA. Esse movimento está relacionado à digitalização do mercado, que, por sua vez, ampliou a acessibilidade da pessoa física aos investimentos. Isso contribuiu fortemente para o crescimento do número de gestoras de investimentos no Brasil. Neste conteúdo, falaremos mais sobre o crescimento desse mercado e outros detalhes importantes para quem pretende abrir uma gestora de investimento no Brasil. Acompanhe!
Por que o número de gestoras de investimentos cresceu nos últimos anos?
De acordo com um levantamento da ANBIMA, atualmente existem mais de 800 gestoras no Brasil (em 2021 a média era de 700). Para se ter noção do crescimento que esse formato de negócio vem tendo, o mesmo estudo comprovou que, só no final do ano passado, surgiram 128 novas gestoras credenciadas. Além disso, o aumento da demanda por operações alternativas, como as carteiras focadas em Fundos Estruturados, também colaborou para o crescimento da procura por serviços especializados em investimentos com essa estratégia.
Nesse sentido, podemos citar a gestora independente Vanquish, fundada em 2019 e com estratégia focada em fundos multimercados e fundos de renda fixa – que buscam retornos consistentes e sustentáveis no médio e longo prazo.
Outro exemplo, no Brasil, é a gestora independente Fram Capital, que atua no mercado desde 2007. A empresa administra fundos que possuem como uma das bases de política de investimentos, o perfil assimétrico de risco versus retorno e grande margem de segurança. É nítido que esse fenômeno de crescimento de novas gestoras de investimentos está ligado a uma estratégia que visa explorar todas as possibilidades do mercado e ao mesmo tempo atender a uma demanda de investidores dispostos a correr riscos, mas que também desejam contar com um grau maior de proteção em suas aplicações.
No entanto, é preciso que essas empresas tenham a expertise necessária para lidar com gerenciamento desses ativos. Por isso, os conhecimentos sobre o Asset Management são essenciais do ponto de vista mercadológico.
Como tem sido a atuação das gestoras de investimento no mercado financeiro global?
O Asset Management é um conjunto de técnicas de gerenciamento de investimentos utilizadas pelo gestor e que visa a valorização dos fundos de seus clientes.
Nesse sentido, as empresas que trabalham com a gestão de ativos exercem uma função de altíssima responsabilidade, envolvendo tanto a administração de recursos quanto a tomada de decisão.
Ao lançarmos um olhar para as maiores assets do mercado global, a BlackRock tem a posição de destaque como a maior gestora de recursos do mundo com foco em estratégias passivas, já que a maioria dos ativos gerenciados por ela é composta por ETFs (Exchange Traded Funds). Por outro lado, observamos também um movimento importante nas gestoras startups. Um exemplo disso é a Zest Capital, que atua no Peru oferecendo notas estruturadas a um grande pool de investidores, com foco na democratização do acesso aos investidores menores e não apenas os que possuem um alto patrimônio líquido.
E no mercado brasileiro?
Como já mencionado, novas empresas gestoras de ativos surgem em todas as partes do mundo.
No Brasil, segundo o último Ranking de Gestores de Fundos de Investimentos da ANBIMA, o grupo dos três maiores gestores é composto por instituições bancárias que gerenciam fundos com predominância da renda fixa.
No que tange às gestoras independentes, nota-se maior foco em fundos temáticos, ações e long biased. Há também um esforço para atender a demanda por investimentos voltados ao exterior. Aqui, podemos citar a Par Mais Investimentos Financeiros, que gerencia fundos com potencial de valorização e aplica estratégias que visam a proteção dos ativos das fortes oscilações do mercado. Por fim, é importante considerar a atuação das gestoras voltadas para o mercado de criptoativos, como a Hashdex, que está no ranking entre as que mais atraíram cotistas no último ano, conforme dados da Economatica Brasil.
Quais as tendências para esse mercado nos próximos anos?
As assets atuais vêm incorporando algum tipo de abordagem para selecionar ativos da área de tecnologia, saúde e meio ambiente. No entanto, os investimentos voltados à temática da sustentabilidade e transformação digital têm sido um dos assuntos centrais no mercado global.
ESG
Segundo informações da Boston Consulting Group, há uma tendência da indústria global de gestão de ativos aderirem estratégias ambientais, sociais e de governança (ESG). Além disso, a empresa de consultoria destaca que essa é uma das formas das gestoras produzirem vantagens competitivas no futuro.
A Plural Asset, por exemplo, inaugurou em 2020 a oferta de fundos ESG com o lançamento do Plural ESG Crédito Privado 45. Esse fundo surgiu como uma opção em renda fixa baseado nos princípios socioambientais e de rentabilidade.
Considerando o mercado global, os ativos ESG podem ultrapassar US$ 53 trilhões até 2025, segundo informações do site da Bloomberg. Outro levantamento do portal aponta que o crescimento dos fundos ESG, sobretudo na Europa, é um forte sinal do que podemos esperar como tendência global.
Reforçando essa tendência, as duas maiores gestoras de ativos do mundo, a BlackRock e Vanguard Group têm mostrado interesse em alguns movimentos sustentáveis. Um deles é o grupo Net Zero Asset Managers onde todos os seus adeptos se comprometem a trabalhar em prol da redução de emissão de gás carbono.
Transformação Digital
Outro tema bastante relevante no mercado está associado a Web 3.0, que dá ênfase aos avanços dos ativos digitais.
Segundo informações de uma publicação no site oficial do banco Julius Baer, as criptomoedas e os sistemas descentralizados (blockchain) serão a base da próxima revolução digital e da internet. Além disso, os potenciais ganhos de custo e eficiência de contratos digitais “inteligentes” podem revolucionar as práticas de negócios atuais. Nesse contexto, conforme o entendimento do banco suíço, o espaço do investimento privado pode sofrer uma grande mudança à medida que o investimento privado se torna mais líquido e as linhas entre os mercados privado e público se tornam mais sutis. Ainda conforme a publicação, o banco reconhece que hoje faz sentido uma exposição a moedas e tokens digitais que sustentam o funcionamento de aplicativos descentralizados e as empresas participantes da construção do ecossistema de blockchain.
O processo de abertura de uma gestora de investimentos
A principal referência regulatória para esse assunto está na CVM 21. Além disso, é importante considerar as orientações dos Códigos ANBIMA – Código de Administração de Recursos de Terceiros, Código de Certificação Continuada e Código de Ética.Nesse sentido, os interessados em abrir uma gestora de investimentos precisam implementar uma estrutura mínima segundo as exigências da CVM, documentá-la e posteriormente enviar essas informações para a ANBIMA. Veja alguns detalhes dessa estrutura:
Estrutura física mínima: mínimo de duas salas. Sendo uma exclusiva para o gestor e outra para as demais áreas.
Estrutura tecnológica mínima:
- Um computador para cada profissional;
- Link semi-dedicado ou dedicado para internet;
- Rede principal com backup em nuvem;
- Software de antivírus,
- Software para gestão de investimentos como a BRITech.
Sobre a quantidade de profissionais necessários, uma gestora precisa preencher duas estruturas básicas:
- Estrutura societária: diretor de gestão de recursos, diretor de controles internos e compliance e diretor de gestão de risco
- Estrutura Funcional: Analista(CNPI), analista de compliance, analista de backoffice e analista de risco.
Certificação exigida: CGA, que é a certificação do gestor de recursos. Mas outras certificações também são importantes como CPA – 10 e CPA – 20.
Quanto custa? Isso dependerá muito de algumas variáveis como a localização do imóvel, e estrutura de pessoal. Geralmente o valor de investimento é a partir de R$ 100 mil, sem contar os custos variáveis, obviamente.
Por fim, todo esse processo para abertura de uma gestora de investimentos pode levar de 4 a 6 meses e, dependendo da complexidade do fundo a ser estruturado e documentação necessária, pode levar ainda mais tempo.Para ainda mais detalhes, assista no BRITech Talks um bate-papo com o Flavio Riva, consultor especializado nesses processos.
Por fim, podemos concluir que para uma gestora de investimentos obter sucesso, é imprescindível o apoio da tecnologia.
Por isso, a BRITech disponibiliza aos seus clientes um sistema completo que garante maior autonomia na gestão de portfólios e melhores resultados. Conheça as nossa soluções para gestoras de investimentos e agende uma demonstração.
Não deixe de conferir o nosso ebook, que você encontra aqui, sobre o processo de abertura de uma nova asset.