A famosa estratégia de “buy and hold” – comprar uma ação e mantê-la na carteira para que ela se valorize ao longo do tempo – não é a única forma de ganhar dinheiro com os investimentos na bolsa de valores.
Entre as diversas operações possíveis, investidores também podem emprestar os ativos a terceiros como uma estratégia para potencializar os ganhos nos portfólios por meio do Aluguel de Ações (BTC).
O serviço é proporcionado pela B3 por meio do BTC (Banco de Títulos CBLC), um sistema automático que acompanha e busca por possíveis vendas a descoberto com o objetivo de melhorar a liquidez das ações listadas na bolsa.
Como funciona o aluguel de ações?
O aluguel de ações pode ser entendido sobre duas óticas: a do doador, dono do papel; e a do tomador, que aluga o ativo.
Para os doadores, a operação é mais simples. Na prática, é como se o investidor “emprestasse” aquela ação que pretende manter por um longo prazo (mas está parada na carteira a um terceiro) em troca de uma remuneração.
Já os tomadores, ao alugar a ação, ficam livres para vender o ativo ou utilizá-lo para outras finalidades, desde que o devolva no período determinado entre as partes. Em geral, os investidores costumam alugar ações para operações de “venda a descoberto”, quando vendem um ativo emprestado na esperança de recomprá-lo no fim do contrato de aluguel por um preço menor – e assim lucrar com essa diferença. É uma aposta na desvalorização de determinado ativo.
Um exemplo: o investidor aluga uma ação a uma taxa de 1% ao ano e em seguida vende o ativo no mercado por R$ 100. No fim do período de aluguel, o papel derreteu e agora vale apenas R$ 70. Ele recompra o ativo para devolvê-lo ao doador, paga os R$ 10 de taxa e embolsa os R$ 20 de diferença.
A taxa de aluguel varia de acordo com a oferta e demanda de determinado ativo e pode ser negociada entre as partes. Investidores interessados podem consultar as taxas praticadas pelo mercado na própria B3, que disponibiliza diariamente informações e consultas sobre as posições em aberto e os empréstimos registrados.
O primeiro passo para realizar esta operação é procurar um intermediário, que pode ser uma corretora, distribuidora ou custodiante, e informar quais os ativos que deseja emprestar ou alugar. As ofertas são transmitidas para a B3, responsável por registrar o contrato do aluguel na bolsa.
O aluguel funciona com diferentes tipos de contratos:
Não existe tempo máximo para a duração desses contratos, apenas mínimo, que é de um dia.
Vantagens do aluguel de ações para o doador
Para quem não tem a intenção de se desfazer das ações que tem na carteira no curto prazo, o aluguel dos ativos pode ser uma boa alternativa para diversificar as estratégias do portfólio e conseguir um rendimento extra. Veja algumas das vantagens que esse tipo de operação oferece ao doador:
Rentabilidade extra com ações sem necessidade de venda
Ao emprestar seus ativos, o doador recebe em troca uma taxa pelo período de empréstimo. A B3 não determina um valor mínimo para os contratos, que podem ser negociados entre as partes a partir dos patamares do mercado.
Na prática, a taxa de aluguel é uma renda extra de curto prazo que o investidor consegue ganhar sem precisar abrir mão dos seus objetivos de longo prazo.
Recebimento de juros e dividendos das ações alugadas
Enquanto o ativo estiver emprestado, o doador deixa de ter direito político de voto em assembleias de acionistas. Durante a vigência do empréstimo, quem ganha o poder de voto é o tomador.
No entanto, o doador continua a receber eventuais pagamentos de dividendos, juros sobre capital próprio, bonificações e subscrições de ações, por exemplo.
Baixo risco
Para quem empresta a ação, o aluguel não é considerado uma operação de alto risco.
Para garantir que não haja nenhum risco de não pagamento das taxas ou devolução dos ativos, a B3, que atua como uma contraparte do processo, possui um sistema de garantias para proteger o doador.
Antes de o contrato ser firmado, quem vai pegar a ação emprestada precisa depositar algum outro ativo como garantia – podem ser títulos do Tesouro Direto, CDBs ou outras ações, por exemplo. Dessa forma, caso o tomador desonre o contrato, a B3 toma essas garantias e garante o pagamento ao doador.
Em casos extremos em que não houver a devolução do ativo no vencimento do contrato, a B3 determina que o tomador remunere o doador com o dobro da taxa originalmente contratada.
Sem custos
A B3 não cobra nenhuma taxa dos doadores nas operações de aluguel de ações. No entanto, a depender da política de tarifação de cada corretora, os investidores podem ser cobrados por uma taxa de corretagem pelo serviço.
Atenção aos riscos para o tomador
Embora seja considerada uma operação de baixo risco para os doadores dos ativos, quem quiser pegar uma ação emprestada precisa ficar atento aos riscos. Afinal, a “venda a descoberto” é uma aposta na queda de determinado papel – e se, ao contrário, ele se valorizar, o investidor vai amargar o prejuízo.
Por estar sujeita à volatilidade do mercado, a venda a descoberto costuma ser recomendada apenas a investidores com maior experiência e apetite ao risco.
Quais ações podem ser alugadas?
Todas as ações listadas na B3 podem ser alugadas. No entanto, existem limites máximos, definidos pela legislação para o volume de ativos emprestados.
Mas não são apenas ações que entram neste esquema. Fundos Imobiliários (FIIs), Certificados de Depósitos de Ações (Units), Exchange-traded Funds (ETFs) e Brazilian Depositary Receipts (BDRs) também podem ser alugados.
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