Contratos de derivativos financeiros: riscos e oportunidades

Contratos de derivativos financeiros: riscos e oportunidades

Contratos de derivativos financeiros: riscos e oportunidades

Derivativos financeiros, como o próprio nome sugere, derivam de outros ativos, e figuram como contratos.Esses contratos possuem valores econômicos com base na variação do valor dentro de um determinado lapso temporal.
Veremos a seguir sobre o funcionamento dos instrumentos financeiros derivativos e quais suas vantagens.

 

Como funcionam esses contratos chamados derivativos?

Recentemente, o BACEN, mediante solicitação da ANBIMA, publicou nova Resolução que estabelece mudanças regulatórias relacionadas aos derivativos financeiros.
Antes de discorrermos sobre as novas alterações, é importante definirmos como funcionam os contratos de derivativos financeiros.
Derivativos financeiros podem ser definidos como ativos que são derivados de outros ativos financeiros (índices/dólar) e ativos físicos (soja/café/carne bovina).Como utilizam-se de outros ativos como referência, os derivativos são contratos que terão valores econômicos que dependem da variação de valor que ocorre em um determinado tempo. Estes contratos utilizam como parâmetro o valor de um ativo, também denominado “ativo-objeto”, com o derivativo acompanhando a oscilação de valor do ativo ao qual está vinculado. Nesta negociação, as partes estabelecem compromisso de negociar um ativo específico em prazo específico por um custo também definido previamente. Isso ocorre, por exemplo, com contratos futuros.Nestes, o contrato do ativo é negociado de acordo com seu preço atual, com vencimento em data específica no futuro. Desse modo, arrisca-se na possibilidade de oscilação de valor, o que pode constituir rentabilidade no seu investimento. Da mesma forma, quando se negocia dólar futuro, o investidor comercializa a ideia do valor da moeda. Ou seja, não comprando ou vendendo esta moeda em espécie. Neste exemplo, o contrato futuro de dólar é um derivativo financeiro do valor da moeda à vista.
Os derivativos financeiros podem ser negociados no mercado a termo, mercado futuro e mercado de opções.

• mercado a termo: as operações a termo são aquelas em que comprador e vendedor determinam um compromisso com data de vencimento, quando deverão efetivar suas obrigações sem que haja liquidez de contratos antes do prazo estabelecido;
• mercado futuro: cenário de maior liquidez em que os ajustes são efetuados diariamente, com a possibilidade do contrato ser vendido antes do prazo e com a bolsa de valores assumindo o risco de alguma contraparte não cumprir suas obrigações;
• mercado de opções: relativo a “prioridade” na compra da ação em uma data futura, com o investidor podendo optar se vai concluir a compra ou não dependendo do seu valor no mercado à vista.

Além disso, é na Bolsa de Valores (B3), em que os derivativos financeiros são negociados.
Os contratos de derivativos financeiros possuem três funções principais:

 

Hedge

O termo hedge é uma definição utilizada no contexto financeiro para operações que envolvem a proteção do patrimônio. O hedge, instrumento fundamental para proteção e gestão patrimonial, é uma estratégia. Essa estratégia visa a proteção contra oscilações de preço ou comportamento de consumo do mercado. Pode também ser utilizada para evitar que o produtor/pessoa física não se prejudique com a volatilidade dos preços ou cotações. Assim, protege o capital em relação às variações do mercado.
É possível pensar em um exemplo de hedge, um produtor rural que estabeleceu um contrato futuro. O contrato garante que o produtor não receberá menos futuramente pela sua commodity em relação ao seu valor atual no mercado. Isso poderia evitar possíveis desvalorizações até o vencimento da operação.

 

Especulação

Além do hedge, outra função básica dos derivativos financeiros baseia-se no seu potencial especulativo. A especulação acontece quando uma das partes adota o risco da variação de preços dos ativos. A adoção deste risco tem por finalidade o lucro. Contudo, este processo dependerá da maneira em que ocorrerá a movimentação do mercado financeiro até o prazo final da operação.
Da mesma maneira que o especulador lucra com a operação ao adquirir o risco do produtor, também pode arrecadar prejuízos. É comum que os derivativos financeiros, para especulação, sejam bastante operados pelos day traders. Neste contexto, existem inúmeros contratos em que não é preciso a totalidade do valor da operação. Como por exemplo, o investidor depositando apenas uma margem de garantia que, ao final do dia, fatura ou paga o ajuste da operação. Em termos práticos do mercado financeiro, isso pode ser denominado também como operar alavancado.

 

Arbitragem

Por último, outra das três funções fundamentais relacionadas a contratos de derivativos financeiros é a arbitragem.
A arbitragem em derivativos financeiros, de certo modo, é similar à especulação. Isso porque o propósito também se refere ao lucro com a diferença de preços. A discordância entre elas ocorre na arbitragem, em que o investidor adquire um ativo com preço reduzido para vendê-lo mais caro em outro mercado. A arbitragem mais comum em derivativos financeiros é aquela que utiliza como dinâmica a oscilação de preços do mesmo ativo no mercado à vista e no mercado futuro.

 

Quais as vantagens de utilizar esse meio?

No princípio do uso dos derivativos financeiros, seus principais objetivos eram a proteção patrimonial fornecida pelo uso de hedge. Isso antagonizava as oscilações de preços. Tanto o grupo dos compradores quanto dos vendedores poderiam utilizar de maior previsibilidade para planejamento dos resultados e desembolsos necessários. Após isso, tornou-se comum que o uso dos derivativos financeiros incluísse também as taxas de juros e câmbio. Como exemplo disso estão algumas negociações realizadas na bolsa de valores, como contratos cheios e minicontratos de índices e dólar. Além do objetivo de proteção patrimonial, podemos citar outro exemplo do uso de derivativos financeiros. Os derivativos financeiros estão sendo gradativamente mais utilizados por investidores na especulação e arbitragem. Essas operações, empregadas com propósito de ganhos financeiros pelos investidores, possuem benefícios de rentabilidade, particularmente quando há uso de alavancagem. Isso ocorre com valores acima dos investimentos, quando instrumentos de derivativos financeiros forem utilizados inadequadamente sem conhecimento e estratégias definidas.

 

Operações em derivativos no exterior: pontos de atenção

A recente Resolução CMN nº 4.948, de 30/09/2021, foi elaborada a partir de pedido da ANBIMA com o objetivo de ampliar as possibilidades de operacionalização dos derivativos financeiros no exterior por instituições financeiras e outros agentes autorizados pelo BACEN. Antes, a prerrogativa era destinada apenas à proteção de recursos, direitos ou obrigações de natureza financeira (hedge). Atualmente, possibilita que os investidores operem contratos estrangeiros com outras finalidades, como para a obtenção de lucros.
Em razão da Resolução, foi posto como devem ocorrer as transferências referentes à negociação de instrumentos financeiros derivativos no exterior. Em qualquer modalidade regularmente praticada no mercado internacional, devem ser realizadas em bancos autorizados a operar no mercado de câmbio. O investimento em derivativos financeiros são operações de risco potencial elevado. Isso exige um conhecimento sólido de mercado, assim como requer o acompanhamento regular de temáticas relacionadas à economia e política. Com os conhecimentos necessários, você aumenta sua capacidade para analisar e aferir os indicadores. Consequentemente, possibilita-lhe especular efetivamente sobre possíveis movimentações, investindo com mais segurança e prudência.

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